ISBN-13: 9781494467661 / Portugalski / Miękka / 2013 / 138 str.
ISBN-13: 9781494467661 / Portugalski / Miękka / 2013 / 138 str.
Publicada a 1 ed. do "Eusebio Macario," a reaccao critica dos realistas-naturalistas, atingidos pela violenta parodia foi tal, que Camilo, alguns meses depois, redige um outro texto, para servir de "Prefacio da Segunda Edicao" (de 1880). Atingindo o cumulo da sua estrategia parodistica, afirma estranhar a reaccao dos adeptos da estetica realista, numa atitude de falsa modestia e jocosa ingenuidade: "O timido autor esperava que os artistas nao refugassem a obra tracejada, e afirmassem que eu, nesta decrepitez em que faco ao estilo o que os meus coevos de juventude fazem ao bigode, nao podia penetrar com olho moderno os processos do naturalismo no romance." O indisfarcavel proposito ridicularizador aumenta ainda consideravelmente, quando Camilo declara que o seu pastiche parodico nao passa de uma brincadeira rapida e de facil execucao: "Ora a coisa em si era tao facil que ate eu a fiz, e tao vaidoso fiquei do Eusebio Macario que o reputo o mais banal, mais oco e mais insignificante romance que ainda alinhavei para as fancarias da literatura de pacotilha. Se eu nao escrevesse de um jacto, e sem intermissoes de reflexao, carpir-me-ia do tempo malbaratado." Para o Camilo trocista, a temporaria e falsa conversao ao realismo-naturalismo mais nao fora do que um exercicio de estilo, pois nao esconde as intencoes de apoucar e ridicularizar as tecnicas e os processos da nova estetica romanesca, mesmo quando declara exactamente o contrario: "Cumpre-me declarar que eu nao intentei ridicularizar a escola realista.""