ISBN-13: 9781479375455 / Portugalski / Miękka / 2012 / 132 str.
Nas sociedades capitalistas contemporaneas, por exemplo, fala-se em inteligencia emocional, como se as emocoes, assim como tantas outras capacidades e competencias, pudessem estar a servico da razao, isto e, serem utilizadas, pela inteligencia, como mais um mecanismo de poder. As relacoes de afeto, nessas sociedades, se tornaram de interesse, mercadologicas, objetos de consumo, assim como dissimuladas, hipocritas e insensiveis de fato. Autores como Gardner, por exemplo, no fim do seculo XX, trouxeram questoes do tipo "se ha emocao na inteligencia ou, ao contrario, se ha inteligencia na emocao." Para essas sociedades, todavia, nao ha um questionamento substancial quanto ao imperativo da razao, isto e, muito pelo contrario, em nome da sustentabilidade desse imperativo, pode e deve-se inclusive se utilizar da emocao. Em outras palavras, para os escravocratas pos-modernos, para todas as tiranias coercitivas, para todos os mecanismos de controle do Estado capitalista, as emocoes podem e devem estar a servico da razao, ja que, para essas sociedades, frise-se: nao ha razao na emocao; nao ha razao no mundo sensivel, mas apenas paixoes, loucuras e insanidades."