ISBN-13: 9783639833980 / Portugalski / Miękka / 2015 / 160 str.
O presente estudo analisa os fatores que intervem no uso de bebidas alcoolicas entre os Kraho, um povo indigena cuja lingua pertence ao tronco linguistico Macro-Je e que vive ao norte do Estado de Tocantins. Neste contexto os contornos associados a drogadiccao - isto e, a linha de fuga individualizada em relacao aos codigos sociais vigentes, recaindo na reterritorializacao conhecida como dependencia - nao sao preponderantes, embora existam outros efeitos problematicos ligados a este fenomeno. Atraves dos levantamentos de campo e das pesquisas bibliograficas realizadas, constatei que o alcool e uma substancia associada ao xamanismo desses Timbira, criando uma forma de devir relacionada ao desejo de nao ser Timbira (Kraho), a um ser cupen (homem branco). Assim, os problemas decorrentes da utilizacao das bebidas alcoolicas ligam-se a um descomedimento no consumo, o qual propicia uma experimentacao das relacoes sociais exteriores ao socius Timbira - isto e, vinculada as formas de existencia da sociedade colonial brasileira. O paradoxo desse processo e que o xamanismo Kraho permite uma experimentacao desse processo que impede o esgarcamento das relacoes sociais proprias a este povo."
O presente estudo analisa os fatores que intervém no uso de bebidas alcoólicas entre os Krahô, um povo indígena cuja língua pertence ao tronco linguístico Macro-Jê e que vive ao norte do Estado de Tocantins. Neste contexto os contornos associados à drogadicção - isto é, à linha de fuga individualizada em relação aos códigos sociais vigentes, recaindo na reterritorialização conhecida como dependência - não são preponderantes, embora existam outros efeitos problemáticos ligados a este fenômeno. Através dos levantamentos de campo e das pesquisas bibliográficas realizadas, constatei que o álcool é uma substância associada ao xamanismo desses Timbira, criando uma forma de devir relacionada ao desejo de não ser Timbira (Krahô), a um ser cupen (homem branco). Assim, os problemas decorrentes da utilização das bebidas alcoólicas ligam-se a um descomedimento no consumo, o qual propicia uma experimentação das relações sociais exteriores ao socius Timbira - isto é, vinculada às formas de existência da sociedade colonial brasileira. O paradoxo desse processo é que o xamanismo Krahô permite uma experimentação desse processo que impede o esgarçamento das relações sociais próprias a este povo.