ISBN-13: 9786139605170 / Portugalski / Miękka / 2018 / 72 str.
Quando no seminário escutei certa feita os dizeres, cujos créditos fico por ora a dever: "o filósofo ao chegar ao cume da sabedoria, lá encontrará o teólogo". Desde o dia em que a escutei, essa frase passou a acompanhar-me. Durante toda a minha formação acadêmica ela evidenciava-me a filosofia como "escrava" da teologia. Essa escravidão que se dá principalmente no ambiente católico de rito latino, no qual a filosofia é disciplina propedêutica à teologia, é o que o de fato constitui o salto lógico-ontológico aqui tratado do ponto de vista do De beata vita. Faz sentido perguntar se todos querem ser felizes? Se a resposta é sim, então se segue à pergunta seguinte: O que é felicidade? Num primeiro momento a busca da felicidade se dá na obra agostiniana no nível lógico, mediado pela razão, em sua construção conceitual. Todavia, como que num passe de mágica, essa busca em um segundo momento passa a se dar no plano ontológico, isto é, imediato, pela fé. A felicidade é definida sumariamente como posse, fruição, de Deus, e assim subsume o homem através da fé que lhe torna imediato o acesso à felicidade fazendo-o saltar da existência para a essência com risco de cair no fosso do nada.