ISBN-13: 9783639898989 / Portugalski / Miękka / 2013 / 256 str.
Contrariando a tradicao moderna do sujeito, que atesta sua indivisibilidade, a obra de Machado de Assis permaneceu alheia ao ditame metafisico da unidade do sujeito. Este livro investiga as implicacoes dessa postura na cronica, partindo de um corpus composto pelas duas ultimas series escritas pelo autor: "Bons dias " e "A semana." Baseando-se na via alternativa proposta por Costa Lima, a de um sujeito fraturado, o livro identifica, em cada uma das series, um cronista distinto, dotado de caracteristicas particulares. Em relacao a "Bons dias ," e estudado o cronista Policarpo, um ex-relojoeiro atormentado em um mundo de relogios em descompasso. No caso d'"A semana," identificou-se um cronista enfastiado com os "assuntos graves." A "heteronimia" em Machado de Assis deve ser entendida em sentido amplo: mantendo o controle de suas criacoes literarias, teria praticado o "outramento" a fim de ocultar-se, dificultando o trabalho daqueles que procuram por uma "identidade anterior" a ficcao e dando vida a uma galeria notavel de cronistas, capaz de por em xeque, como o fazem os heteronimos de Fernando Pessoa, a concepcao solar de sujeito."
Contrariando a tradição moderna do sujeito, que atesta sua indivisibilidade, a obra de Machado de Assis permaneceu alheia ao ditame metafísico da unidade do sujeito. Este livro investiga as implicações dessa postura na crônica, partindo de um corpus composto pelas duas últimas séries escritas pelo autor: "Bons dias!" e "A semana". Baseando-se na via alternativa proposta por Costa Lima, a de um sujeito fraturado, o livro identifica, em cada uma das séries, um cronista distinto, dotado de características particulares. Em relação a "Bons dias!", é estudado o cronista Policarpo, um ex-relojoeiro atormentado em um mundo de relógios em descompasso. No caso d"A semana", identificou-se um cronista enfastiado com os "assuntos graves". A "heteronímia" em Machado de Assis deve ser entendida em sentido amplo: mantendo o controle de suas criações literárias, teria praticado o "outramento" a fim de ocultar-se, dificultando o trabalho daqueles que procuram por uma "identidade anterior" à ficção e dando vida a uma galeria notável de cronistas, capaz de pôr em xeque, como o fazem os heterônimos de Fernando Pessoa, a concepção solar de sujeito.