ISBN-13: 9781479240852 / Portugalski / Miękka / 2012 / 152 str.
EMANCIPADOS & MEDIOCRES, assim como todos os outros livros relativos a sua serie, nasceu a partir de uma releitura, da necessidade de se dar um novo sentido ao paradoxo existente entre o pensamento de dois grandes filosofos: Aristoteles, pensador de origem Macedonica, discipulo divergente de Platao, da Grecia antiga, (a.C); e Jean Paul Sartre (1905-1980), filosofo existencialista do seculo XX. Epistemologicamente, tal problematica esta situada entre duas distintas teorias do ser: A de Aristoteles, centrada nas concepcoes do Ato e da Potencia, caracterizadas pelas finalidades do ser, ou seja, pautadas no que o ser pode vir a ser a partir da constatacao do que ele e; e a concepcao de Sartre, contraria a de Aristoteles, que preconiza que "o ser e o que e," ou seja, que nao e um ser fechado em si, em uma natureza, mas aberto para uma Condicao Humana. O novo sentido, a releitura, consiste exatamente num estudo mais aprofundado, especificamente no que diz respeito as concepcoes Aristotelicas de homem, em que se vislumbra, descobre-se, dois diferentes sentidos para o termo finalidade: 1-O primeiro, como objetivo (alvo a ser alcancado); 2-O segundo, como fim a que algo se destina (predeterminacao). O que se desvenda e que, todos os outros seres, na teoria do Ato e da Potencia de Aristoteles, diferentemente do homem, estao concebidos como sendo seres irracionais, e, portanto, dentro de uma concepcao de finalidade, pela natureza, determinista e/ou pre-determinista. Todavia, quanto ao homem, ha uma finalidade, mas nao como predeterminacao, e sim como alvo a ser atingido. Ou seja, existe algo em aberto, um "que fazer" humano, uma condicao que precisa ser atingida para que o homem se torne homem de fato, muito alem dele simplesmente nascer, crescer e morrer. Aristoteles, por exemplo, definia o homem como um ser racional por natureza (mas como alvo a ser alcancado e nao no sentido de determinacao) e considerava a atividade racional, o ato de pensar, como a essencia dessa dita finalidade, isto e, como o poder viver de acordo com a sua razao. Dizia ele que, para ser feliz, para realizar-se enquanto homem, essa razao deveria comandar os atos da sua conduta etica, orientando-o na pratica da virtude. Teoricos que se centraram especificamente nas concepcoes do Ato e de Potencia, sem entender que havia uma excecao a essa regra especificamente relativa ao homem, ao "ser homem," dado que Aristoteles tinha uma teoria paralela, especifica para o ser homem, nao entenderam Aristoteles como deveria e, como Sartre, ainda que com toda a sua grandeza e magnitude filosofica, julgaram-no mal. Aristoteles, ao falar da conduta etica, da pratica da virtude, da busca da felicidade, fala da necessidade da existencia de uma condicao humana no homem, em coerencia com a sua racionalidade, e nao de qualquer condicao dita humana, mas de uma que verdadeiramente o humanize. Buscando respaldo em Nietzsche, nas suas ideias de que "o homem e uma ponte que vai do animal a alem dele mesmo," assim como tambem nos fundamentos epistemologicos existencialistas de Heidegger, e confrontando dialeticamente esses saberes com as problematicas historicas de exclusao social e economicas, especialmente no presente seculos, chegamos ao axioma de que: Homens distantes de uma condicao humana humanizada de fato, distantes do exercicio das suas racionalidades, alem de nao se realizarem enquanto seres humanos de fato; alem de nao se tornarem homens de fato, adquirem, incorporam, em si, qualquer outra condicao existencial paradoxal a uma condicao humana humanizada de fato, tornando-se escravos, animalizados, alienados e, no sentido moderno, excluidos. Ou seja, justamente ai esta caracteriza a abertura "do ser homem" para Aristoteles: O homem pode alcancar o seu alvo, realizar-se de fato enquanto homem, enquanto ser racional que e, tanto quanto pode ser tambem qualquer outra cois"