ISBN-13: 9781479240425 / Portugalski / Miękka / 2012 / 162 str.
A obsolescencia programada, baluarte da globalizacao e um dos principais fundamentos do mundo Neo pos-moderno capitalista, trouxe para a sociedade planetaria problemas que ela nao soube e/ou nao sabe resolver. Problemas estes relacionados nao somente as questoes humanas, sociais e economicas, respectivas do conteudo etico individualista do capital, mas, tambem, e, sobretudo, problemas ambientais, do mundo fisico, frente a valoracao da mercantilizacao de todas as coisas, materiais e imateriais, de busca antietica pelo lucro certo a qualquer preco, presentes nessas mesmas sociedades. Nesse cenario de catastrofes humanas, sociais e ambientais, surge e apresenta-se outra catastrofe: a catastrofe da escola. Ou seja, numa era onde se impera a etica do individualismo e da meritocracia, como sendo, de fato, sinonimos da justificativa da exclusao, a escola se torna ideologica, na medida em que e especificamente concebida pelo estado capitalista como o lugar onde os preceitos de humanizacao e emancipacao intelectual sao abortados, dinamitados, e, numa outra via, sistematizado o corolario capitalista como sendo seu conteudo etico pedagogico. A globalizacao, ao mesmo tempo, que trouxe a possibilidade de mostrar os diferentes e/ou as diferencas culturais planetarias, nos seus diferentes povos, por outro lado, associada as politicas capitalistas de expansao de mercados consumidores, paradoxalmente potencializou o desenvolvimento do individualismo, do consumismo, do hedonismo antivirtuoso, do narcisismo, do genocidio, do xenofobismo e dos nacionalismos, levando a sociedade para longe da capacidade de coexistir, de tolerar, de respeitar as diferencas. Nesse sentido, a desumanizacao imperou como conteudo etico capitalista em escala global, planetaria, sob a insignia de republicas democraticas capitalistas, comparadas a democracia Ateniense, do mundo Grego, onde aproximadamente noventa por cento dos habitantes nao eram considerados cidadaos plenos e, portanto, nao participavam dos rumos, das decisoes da polis, por questoes nacionalistas, de autoctonia, anti-cosmopolitas, visando a autopreservacao. A volta a esse tipo de nacionalismo xenofobico, exacerbado e centrado em si, de "gloria do eu mesmo" e de "desprestigio do outro," por meio dessa globalizacao capitalista, entrou pelas veias dos diferentes povos, como uma especie de chip da ignorancia contra os diferentes e as diferencas, contra os estrangeiros, contra os ditos estranhos, contra os ditos inimigos em potencial, contra os nao "Eus" que, pela globalizacao, passaram a ter que enxergar, sistematizando a sociedade dos mesmos, transformando, pela coacao, pela educacao ou pela coercao, o outro no mesmo. Principios de sustentabilidade, biodiversidade, educacao ambiental, tolerancia e respeito as diferencas passaram entao a ser perseguidos como ideias biofilo por uma pequena parcela social e, por outro, por parte dos capitalistas, tentando mascarar suas reias responsabilidades, jogando a solucao desses problemas para a pro-pIa sociedade, sabendo que a mesma nao tem condicoes de resolve-los. Redefinicoes no carater da educacao, no papel da escola e no que diz respeito a funcao social do professor, passaram a soar como um imperativo, na medida em que a condicao humana desumanizada passou a ser percebida como um produto da sociedade do capital, demonstrando a impotencia da escola no enfrentamento desse problema. Ou seja, a escola, hoje, nas sociedades do capital, e catastrofica porque reflete e reproduz essa sociedade perversa, corrompendo, impedindo o individuo que nela entra de educar-se de fato, de humanizar-se, de emancipar-se intelectualmente, ou seja, de poder desenvolver-se, desenvolvendo em si uma condicao humana verdadeiramente humanizada. A escola, hoje, nao passa de um sofisma grego: o ideal da estatua. O ideal de poder vir a ser o eu mesmo, o mesmo sempre; ou entao o"