ISBN-13: 9786139779192 / Portugalski
O estudo pauta-se sobre a problemática constatada pela PNAD realizada pelo IBGE já no ano de 1976, onde o indicador básico "identificação racial" gerou um grande problema de interpretação por parte dos cientistas sociais, uma vez que os brasileiros entrevistados responderam 135 cores para designar a classificação sobre cor/ raça que atribuíram a si próprios. O presente estudo surgiu, principalmente, de duas indagações: em que constitui a peculiaridade da forma como as relações raciais são construídas no Brasil, já que os indicadores mostram que a maioria da população está ciente da existência de racismo no país, porém, e como contra-senso, estas mesmas pessoas não se consideram racistas e evitam discussões que gerem conflitos neste âmbito? Sob qual lógica (ou quais) está assentada a nossa forma de pensar e classificar em termos de cor e raça, onde se privilegia uma variedade de terminologias como, por exemplo, moreno, moreno claro e escurinho em detrimento de categorias bipolares como branco e negro? Através de dados etnográficos, estas questões são desenvolvidas neste livro como uma possibilidade de interpretação sobre o complexo sistema de classificação racial brasileiro.