ISBN-13: 9783330749832 / Portugalski / Miękka / 2016 / 96 str.
Tanto o cinema turco quanto o cinema iraniano podem ser definidos como fronteiriços e, neste sentido, seguem a dimensão geográfica e cultural entre Europa e Ásia. Ambos são países híbridos. Geograficamente situam-se no Oriente e pertencem à sua problemática. Mas também são portas de entrada para a Europa, recebendo o impacto da ocidentalização, e principalmente os filmes turcos registram e debatem a dualidade entre Ocidente e Oriente, modernidade e tradição, secularização e influência religiosa. O Ocidente, neste contexto, é ao mesmo tempo promessa e hostilidade. Já o cinema israelense reflete, em alguns de seus melhores filmes, o conflito político, militar e identitário que os cerca. E, nestes filmes, o debate é feito com uma franqueza surpreendente, com os cineastas se recusando a eleger um inimigo ou a trabalhar a partir de dualidades. Tanto os cineastas turcos quanto os israelenses, afinal, criaram uma reflexão específica sobre a realidade de seus países, e elaboraram uma identidade cinematográfica a partir dela. Esta é a identidade abordada por Ricardo Luiz de Souza nas páginas seguintes, a partir da análise de uma série de filmes feitos em ambos os países.