ISBN-13: 9783841724557 / Portugalski / Miękka / 2016 / 284 str.
O impacto do Diagnóstico de Malformação fetal na experiência das gestantes usuárias do SUS na Bahia leva a reflexão sobre os conceitos de dia-gnosis e pro-gnosis (Gross & Shuval, 2008), associados à medicina do risco. Destaca-se o discurso biomédico na formatação diagnóstica, as diferentes percepções de risco e o forte engajamento das usuárias frente às tecnologias pré-natais e intervenções cirúrgicas neonatais, caucionados na esperança de que o avanço da ciência seja capaz de reverter ou abrandar a condição do seu feto/bebê. O espaço pré-natal é marcado pela ausência de discussão a respeito do prognóstico, com a busca do conhecimento por meio da internet, opinião do marido e da crença religiosa que servem de alicerce para lidar com a antecipação da deficiência. As gestantes acreditam ser este um desígnio de Deus, uma espécie de provação e uma prova de amor incondicional ao futuro filho que poderá ou não sobreviver. Em outra vertente, a autora analisa a forma como se organiza o sistema de saúde, Destaca a falta de uma política pública do Ministério da Saúde que norteie o desenvolvimento da medicina fetal, o que gera vulnerabilidades e desigualdades sociais.