ISBN-13: 9783841718884 / Portugalski / Miękka / 2016 / 88 str.
A questao esta em que, se o mundo, se a vida (da qual o homem participa) acontece para Nietzsche como por um processo infindo de esbanjamento de forcas, como entender essa relacao saude/doenca, forca/fraqueza, essa duplicidade a que Nietzsche se refere ao falar da grande saude? Como a doenca pode emergir num mundo que e pleno? Que relevancia haveria em se pensar a doenca dentro de um mundo que e concebido como plenitude? Por que ir a doenca para pensar a saude? Nao seria essa uma visao cansada, pessimista, tipica de homens impotentes? Como o sentimento de plenitude pode se articular a termos tais como fraqueza, sombra, dor, doenca? Em 1888, Nietzsche afirma a esse respeito em Ecce homo: "A perfeita luz e alegria, mesmo exuberancia do espirito, (...) harmoniza-se em mim nao so com a mais profunda fraqueza fisiologica, mas ate mesmo com um excesso da sensacao de dor." Este trabalho procura compreender nao apenas como Nietzsche articula saude e doenca, mas como inclui a doenca na saude. Para tanto, parte da indicacao feita por Nietzsche no prefacio ao segundo volume de Humano Demasiado Humano, em 1886, onde afirma que o mais forte ensinamento desta obra consiste numa doutrina da saude.