ISBN-13: 9781496048486 / Portugalski / Miękka / 2014 / 378 str.
Alvaro e um rapaz do campo que para ajudar a familia vem para Lisboa trabalhar nas obras dum amigo do pai, empreiteiro vigarista useiro em trapacas, cheques sem cobertura e dividas. Esforca-se e aprende rapidamente as artes da construcao civil ate que entende estar profissionalmente preparado, e comeca a trabalhar por conta propria. Ao longo dos anos, porventura servindo-se de metodos pouco ortodoxos, Alvaro faz fortuna e torna-se num construtor dono dum enorme patrimonio. Decidido a casar-se recusa os conselhos da mae, que gostaria de ter como nora uma mulher da sua aldeia porque no entender da velha senhora as mulheres da cidade sao todas umas galderias. Opiniao diferente tem o Alvaro, depois de ver como as raparigas da aldeia se comportam quando nao estao sob a vigilancia dos familiares nas aldeias remotas. Mais tarde o seu filho Marco, arquitecto, pouco mais faz na vida que servir de moco de recados ao pai, o que o inferioriza, mas ao mesmo tempo ele proprio nota em si pouca capacidade para se livrar daquilo que o oprime. Um dia o pai manda-o a Portimao com um cheque visado de dois milhoes de euros, outros dois milhoes em dinheiro e uma procuracao, para fazer a escritura de compra dum lote de terreno para construirem um grande edificio. Mas um construtor antigo amigo do pai, informado do negocio e do percurso do rapaz pelo gerente do banco onde levantam o dinheiro para o pagamento do terreno, contrata tres fulanos de ma catadura para assaltarem o Marco. A tentativa de assalto falha, Marco sofre um acidente, fica alguns dias em coma e sofre duma profunda amnesia que o impede de se recordar de tudo quanto a sua vida tem sido ou sequer, de quem e. Acolhido por uma familia cigana nomada que acredita que o ataque ao rapaz se possa dever a questoes relacionadas com drogas, e que por essa razao nao o entregam a policia ou num hospital com medo de represalias, Marco vive com eles. Ao ritmo lento das rodas das carrocas e do passo das mulas, ou sentados a noite em volta da fogueira, o rapaz vai sendo iniciado na cultura cale pelo patriarca da familia, que lhe demonstra e tenta incutir a pureza dos sentimentos e habitos calos, da sua inegociavel recusa em se submeterem a algum chefe no sentido que os padjos tem de chefe, ou de se disporem a acelerar um ritmo de vida que a partida lhes serve perfeitamente para viver e realizar a sua funcao nesta vida, simplesmente, viver em familia, sem nunca abandonar os seus, porque a vida so pode fazer sentido quando partilhada a cada momento com os nossos. Marco aprende que a verdadeira liberdade nao existe nem pode prescindir da participacao, do espirito de sacrificio, e da responsabilizacao. De todos para todos e entre todos os elementos duma familia, por sua vez a unidade primeira na cultura cigana. Neste livro, o autor tenta passar uma mensagem segundo a qual, a nossa sociedade hiper-desenvolvida(?) tem muito a reaprender com as sociedades tradicionais, verdadeiros repositorios das antigas tradicoes milenares, do amor pela liberdade, pela familia e pelo equilibrio nas relacoes sociais, sem esquecer que a perda ou adulteracao de conceitos como a responsabilidade por si mesmo e pelos seus, estao na base da destruicao e negacao da verdadeira felicidade. Que obviamente, apenas pode ser encontrada nas pequenas e simples coisas da vida, e sobretudo dentro de nos mesmos, se e quando estamos bem connosco e com os que sao nossos. Participacao, espirito de sacrificio e responsabilizacao conduzem a liberdade, tanto politica como social e familiar, e so em liberdade o ser humano pode atingir a plenitude da realizacao pessoal. Tenta o autor dar uma panoramica ainda que reduzida mas nao redutora, dos habitos e costumes ciganos, melhor, da cultura cigana, que tem sido mantida com uma certa pureza ao longo dos mais de mil anos que dura a epopeia deste povo, vindo da regiao do Punjab, na India, e que desde"